O Mundo de uma Crossdresser: A evolução da sociedade e da sexualidade
A sexualidade, assim como a sociedade, encontra-se em um período de amadurecimento e evolução!
No mundo LGBT o movimento crossdressing é um fenômeno relativamente novo. No passado eram práticas de homens heterossexuais, que costumavam se vestir trocado (com roupas do sexo oposto) em reuniões ou secretamente em suas residências. Hoje continuam secretamente, porém com um enorme crescimento desta prática por homossexuais, que se travestem e vivem suas experiências sexuais sem precisar ultrapassar a fronteira do se vestir para a ocasião, encontro ou para fazer diversas selfies em seus quartos para a fronteira do vestir-se 24h por dia.
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As cdzinhas, como são chamadas carinhosamente as crossdressers homossexuais, que costumam marcar encontros em redes sociais ou em salas de bate papos, preferiram. por diversas situações. não se vestir 24h por dia como o gênero feminino.
No meu caso encontrei nesta prática a forma mais sigilosa de viver minha vida sexual da forma que eu quero e gosto! Tenho formação superior, leio muito sobre a sexualidade das pessoas, sou uma historiadora do mundo transgênero, sobretudo o mundo crossdressing e não caí de paraquedas neste fascinante mundo.
No passado eu era um gay não sucedido no mundo das baladas LGBTs, onde encontrava dificuldade em me relacionar com ativos e sentia sobre mim o peso e a dificuldade de uma pessoa 100% passiva sexualmente, em se relacionar, pois percebia que as pessoas mais sucedidas em suas conquistas tinham que dispor financeiramente grande quantia de seus salários para vestir-se na moda, frequentar academias e cultuar o corpo. Eu realmente não me encaixava nestes parâmetros. O mundo Crossdressing mudou minha vida para melhor e está mudando a de muitas pessoas.
Muitas pessoas podem até ter preconceito, no meu caso, por eu ser homossexual e me vestir do gênero feminino para encontros, porém não ligo porque o preconceito é como o significado da palavra diz: um conceito antecipado de algo.
Não podemos viver baseado na opinião alheia a nossa, a opinião de outra pessoa pertence a ela, é a verdade dela e não a nossa. Recentemente nos deparamos com uma guerra de likes e dislikes na internet movida pela intolerância de grupos religiosos a comerciais veiculados em rede nacional envolvendo casais homossexuais. A mudança de costumes é um temor constante da ala religiosa conservadora, pois teme-se a perda de fiéis.
Nós não precisamos viver baseados na aprovação de ninguém e em likes e dislikes, devemos seguir nossos princípios, sermos pessoas do bem. Vivemos em um país democrático de Direitos, todos são iguais perante a lei e o Brasil é um país Laico onde a religião não pode interferir nos assuntos do Estado.
Sou muito feliz em ser uma CD, por me realizar sexualmente e sou muito feliz por eu ser uma pessoa do bem e não querer para os outros o que eu não quero para mim. Gosto de ajudar as pessoas, deixo o lado esquerdo da escada rolante livre para circulação, jogo lixo no lixo, respeito os bancos reservados nos transporte públicos, trabalho, pago minhas contas e impostos, portanto se sou feliz, não preciso da aprovação de ninguém quanto a minha sexualidade.
A evolução da sociedade é conviver em harmonia com as diferenças, sejam elas: política ou ideológica, religiosa, sexual, enfim todas as diferenças... O mundo seria muito chato sem elas.
A beleza da floresta esta justamente na diversidade de espécies de árvores e plantas nela existente.
Imagens: Reprodução
Por: Bruninha Loira Sapeka - CLIQUE AQUI e leia mais artigos de Bruninha Loira Sapeka
Bruninha Loira Sapeka é uma crossdresser, militante da causa, blogueira, escritora, autora do livro “Segredos de uma Crossdresser Cdzinha”, viaja o Brasil prestando assessoria à crossdressers iniciantes em encontros, palestras e eventos que envolvam esta mais recente faceta do mundo LGBT. Seu blog é: www.bruninhaloirasapeka.blogspot.com