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#Alternativa: Rubya Bittencourt rasga o verbo e fala de sua carreira e da vida pessoal



Rubya Bittencourt é a personagem vivida por Paulo Balderramas há 19 anos. Em 1995 ela subiu ao palco para substituir a Drag Queen que apresentava os shows e... o palco era realmente um lugar digno de sua presença. Ator de teatro, diretor artístico e dono da língua mais deliciosamente ferina que eu conheço, pois a utiliza com sabedoria para dizer aquilo que muita gente não tem coragem de falar. Dona de um mau humor contagiante, que a torna uma personagem ímpar dentro de sua própria personalidade.

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Dentro do Divertidíssima, Rubya respondeu ao #Alternativa, falando com toda sinceridade sobre assuntos pertencentes a seu universo (ou não). Fico muito feliz em poder saber mais dessa grande artista que admiro há anos. Obrigado Rubya.

O que é a #Alternativa?
Nessa “brincadeira” o convidado recebe várias duplas de palavras (que podem ser pessoas, sentimentos, situações...) e deve dizer qual das duas prefere e o porquê. Mas pode ainda escolher as duas ou nenhuma das duas palavras, e sempre explicar o motivo da escolha. Então vamos à #Alternativa Rubya.


RUBYA BITTENCOURT X PAULO BALDERRAMAS 
Rubya é uma personagem que foi sendo moldada com o tempo e o ator Paulo Balderramas é o responsável disso. É o “Médico e o Mosntro”, só não sei quem é o monstro dessa história!

CAMPINAS X BAURU
Ambas. Campinas me acolheu por 11 anos, onde pude exercer meu lado artístico na extinta The Club e fincar raízes com pessoas que até hoje fazem parte da minha vida. Tive a honra de trabalhar com a Sandy algumas vezes e isso abriu muitas portas no mercado HT (hétero). Trabalhei por 5 anos na The Club como diretor artístico e na Double Face como apresentadora. Campinas me ensinou o certo e o errado, o suficiente e o exagero, o bem e o mal. Bauru é minha terra. Aqui sou conhecido pelo trabalho em teatro e - ainda – me respeitam muito por isso. Rever os amigos do passado, que ajudaram a construir a minha história é maravilhoso!

DIREÇÃO ARTÍSTICA X DUBLAGEM
Sem dúvida, direção artística. Sempre fui diretor e produtor dos meus espetáculos. Tenho alguns prêmios e indicações como “Melhor Direção”, “Melhor Produtor” e “Melhor Ator”. Sou tão ruim de dublagem que demorei um mês pra decorar "Tempo de Alegria" da Ivete (Sangalo). E olha que o refrão repete bilhões de vezes!!!

BLOG X VLOG
Nenhum dos dois. Não tenho o hábito de ler blogs (nem escrever). Vlog não tenho paciência mesmo, porque depois do Youtube e os smartphones, todos viraram Vlogueiros e só falam merda!

AMIGOS X FÃS
Até hoje eu não assimilo essa coisa de “fã”. Juro... Fico constrangido demais quando alguém me fala isso. O resultado é o fã se tornar amigo, porque falo mais que a boca e acabo me abrindo como se fosse conhecido há anos!



MAU HUMOR X CHARME
Sou tão suspeito. Meu humor oscila demais. Sou libriano, então é um problema lidar comigo e isso não é nenhum charme. É horrível, pois assusta as pessoas. Fiz 6 anos de terapia  e acredito ter mudado um pouquinho. Um pouquinho só!

SOLTEIRICE X CASAMENTO
Ser solteiro é ótimo. Casamento só depois que a “Rubya” se aposentar.

SEXO X AMOR
Sexo! Minha quantidade de oxitocina se esgotou!

HOMOFOBIA X LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Homofobia deveria ser considerada doença. Liberdade de expressão vai até o limite do próximo.

DEUS X DIABO
Nem um, nem outro. Não acredito na “ilustração” de Deus e Diabo. Acredito no Bem e no Mal.


INICIANTES X VETERANAS
Já fui uma iniciante, não é? Apóio todas, desde que faça um trabalho artístico. Odeio ser “mãe”. Nunca tive uma “filhinha” porque não tenho saco e acho isso uma idiotice. Cada uma molda sua personagem com o tempo, inspirada em alguém que gosta ou na mistura de várias. O que acha válido para si.

FETICHE X SEXO CARETA
Definitivamente não tenho tabus. Sexo careta, romântica, com beijinhos é uma delícia. Com 43 anos já tentei tudo o que achava legal. A maioria gostei! Outras serviram como experiência.

MILITÂNCIA X ARMÁRIO
A militância é excelente desde que não seja pela mídia. Você pode ser um militante no dia a dia, sem alarde. O armário cada um sairá dele a hora que lhe convier e se sentir seguro!

THE CLUB CAMPINAS X LABIRINTHUS INTERNACIONAL  
As duas. A The Club me serviu de escola e o Silvio foi meu professor. Exercitei toda experiência em teatro nos shows que montei em Campinas, alguns foram referência no Brasil. A Labirinthus me acolheu e ainda aprendo muito lá, sem cometer erros antigos e aprendi que é preciso ter mão de ferro para dirigir uma casa noturna. Ainda aprendo com novos erros. O elenco é menor, claro, mas não menos importante com o qual trabalhei em Campinas. Em janeiro de 2015 completará 5 anos que estou na direção da Labirinthus, então está dando certo, não é?

DIA X NOITE
Normalmente eu acordo as 7 horas da manhã e fico até umas 19 horas trabalhando na logística dos shows e temas da boate. Encerro, literalmente, meu trabalho as 19h30. Noite, pra mim, é pra dormir. As 21h já tô na cama assistindo meus seriados e não admito ser incomodada.

PARADAS LGBT X EVANGÉLICOS
Vou expor meu pensamento literal: Paradas Gays são feitas para reivindicar nossos direitos, mostrar para as autoridades que unidos podemos mudar uma eleição. Ok. Esse é o princípio. Nos últimos anos, as Paradas viraram micaretas. Ninguém reivindica nada. Acabou. Morreu. Só atrapalha o trânsito. Os evangélicos têm sua crença, que acho linda. Estudei o Candomblé e a cultura é fantástica. O Cristianismo é um conto de fadas, mas teoricamente também é lindo. O Budismo é surreal, mágico... Sou a favor do BEM. Creia em quem quiser, siga o “livro” que mais gostar, mas sempre faça o BEM ao próximo.


DISQUINHOS COLORIDOS X CDS
Meu presente de 7 anos de idade foi um disquinho colorido verde, O Chapeuzinho Vermelho, que guardo até hoje embalado. Com 8 anos já fazia teatro na Escola Tiradentes (Londrina) e dublava o Lobo. Minha paixão pelo colorido dos discos foi instantânea e passei boa parte dos 18 anos de teatro fazendo fantoches. Atualmente, tenho um projeto pedagógico, com autorização da Warner Music (detentora dos direitos autorais da Coleção Disquinho) para levar para as escolas do Brasil. É um ciclo que se fecha, porque em 1983 eu fiz um curso no SESC Bauru de confecção de fantoches e me apresentava nas escolas ou festas. Parei por 2 décadas e quando resolvo abrir minha própria empresa, me vejo novamente fazendo aquilo que comecei quando criança. A vida é um ciclo que se fecha. Por isso, os Disquinhos, claro.

SER CRÍTICA X SER CRITICADA
Sou muito crítica em relação ao meu trabalho e ao trabalho alheio. Às vezes você precisa deixar isso em casa e apenas se divertir. Eu aceito críticas numa boa, desde que argumentem sobre elas e mostrem uma maneira diferente ou melhor. Aprendi isso em teatro.

HUMOR INTELIGENTE X SARCASMO
Humor inteligente deve ser feito para pessoas inteligentes. Na noite é uma espécie em extinção. Tái a Nany People que não me deixa mentir. O sarcasmo é perigoso, porque se não entendem, te acham um idiota.

CONTOS DE FADAS X HISTÓRIAS DE TERROR
Amo os dois. Leio, assisto tudo. Recentemente, a Nany (People) descobriu esse paradoxo da minha predileção pelo "Mágico de Oz" (Doroty, meiga, inocente) e "O Exorcista" (Regan, possuída pelo diabo, aterrorizante). Em casa, pegamos toda minha coleção e a Nany descobriu que a primeira filmagem do "Mágico" foi em 12/10/1938. O livro "O Exorcista" foi lançado em outubro de 1971. Eu nasci dia 14 de outubro de 1971. Eu e as duas obras somos librianas...

Fotos: Francine Esqueda /Arquivo Pessoal

Por: Eduardo Moraes

Eduardo Moraes é jornalista formado pela USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) além de fotógrafo há 15 anos. Em seu curriculum estão o Jornal e Site Abalo, a Exposição O "T" da Questão e o Livro Avesso - Meu Lado Certo. Atualmente é editor-chefe do site www.EmNeon.com.br
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