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APOGLBT-SP promove ato pela criminalização da LGBTfobia já!


No ano de 2014, de acordo com o relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB), foram documentados 326 assassinatos de gays, transgêneros e lésbicas, um aumento de 4,1 % em relação ao ano anterior (313 assassinatos).

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Em um quadro mais abrangente, os números mostram que 50% dos assassinatos de transexuais e travestis registrados em todo o mundo aconteceram no Brasil. Só em janeiro do ano passado foram assassinados 42 LGBTs, uma média de uma morte a cada 18 horas.

O Brasil continua sendo o campeão mundial de crimes transfóbicos: segundo agências internacionais, 40% dos assassinatos de transexuais e travestis no ano passado foram cometidos aqui.
Para fazer um alerta contra essa violência a APOGLBT-SP promoverá um ato pela criminalização da LGBTfobia, a realizar-se no próximo domingo em São Paulo.

A diretoria da Associação da Parada do Orgulho LGBT (APOGLBT-SP) diz que é preciso dar um basta nisto: “Vamos para as ruas cobrar do legislativo e judiciário uma postura firme, queremos resposta, por que o PLC 122 com todas suas limitações foi arquivado e dito que devemos aguardar a redação do novo Código Penal? Por que a diferença no tratamento com outros segmentos e as ditas minorias? Todos os parlamentares que tomaram tal atitude estão com as mãos banhadas de sangue dos LGBT que morreram e morrem diariamente sem o amparo de uma lei que puna tal conduta. Não podemos mais nos calar, amanhã a vítima pode ser qualquer um de nós!”, argumentam indignados.

E os argumentos continuam: “No último domingo (7), tivemos a maior Parada LGBT do mundo na Avenida Paulista, em São Paulo, com a presença do Governo do Estado, Prefeitura de São Paulo, ONGs LGBT, patrocinadores e a população em massa que nos apoiou. Mas foi nesta 19ª edição que se viu um dos protestos mais marcante e legítimo dos últimos tempos de suas edições, no qual um dos trios trazia uma transexual crucificada, que numa primeira vista poderia ser apenas uma ‘instalação’ artística, entretanto se tratava de um apelo, um grito solitário de socorro, uma denúncia. Apesar de desconhecer a realização prévia do ato, a Associação da Parada do Orgulho LGBT considera legítima e apoia totalmente a manifestação de Viviany Belobony. O que a APOGLBT repudia são os discursos violentos e as calúnias acerca das manifestações por direitos iguais aos LGBT. Muitos gritaram que a ação foi um desrespeito aos cristãos e uma ‘blasfêmia’. A APOGLBT não considera a intervenção uma desmoralização aos cristãos como querem alguns, o que vimos foi o retrato do abandono social que vivem as pessoas transgêneros no Brasil.”

Em relação à crucificação, eles justificam: “A apropriação da crucificação não é algo inédito. Podemos citar a capa da revista Placar com o jogador Neymar crucificado; o livro "Evangelho segundo Jesus Cristo", de José Saramago,; o filme "A última tentação de Cristo", de Martin Scorsese e pelo Cristo negro do videoclipe de "Like a Prayer", de Madonna. Outros movimentos, tais como os negros, indígenas, sem terra, assim como artistas e veículos de comunicação, já fizerem uso do simbolismo da crucificação para demonstrar a situação de fragilidade e de perseguição que passavam e nunca foi feito nada, não nas proporções que atuais, contra eles. Então, por que esse levante tão grande contra uma trans que fez isso durante a Parada? Clara é a resposta: LGBTfobia, tão conhecida e praticada por esses autores sociais. Então o porquê a apropriação de Viviane Beleboni merece mais repúdio e ‘indignação’ do que, por exemplo, as capas de Veja e Placar ou do que o Cristo alegórico de Joãozinho Trinta? Alguém ainda tem dúvida que se trata de transfobia? E não bastando isso, alguns parlamentares, também intolerantes, que agem contra as minorias e não cumprem o papel para o qual foram eleitos, passaram a veicular vídeos difamatórios e protocolaram queixa crime no Ministério Publico Federal contra à organização da Parada do Orgulho LGBT deste ano. Feliciano em seu perfil numa rede social, de forma leviana e mentirosa, publicou fotos duvidosas (pessoas quebrando imagem sacras, introduzindo o crucifixo no ânus, um homem beijando outro com característica de Cristo, etc.) afirmando que os fatos expostos nas imagens ocorreram na parada deste ano. No entanto, a única foto real da sua montagem e que pertence a essa Parada foi a da trans crucificada, já as demais fotos são da Marcha das Vadias ocorrida em Junho de 2013 em Copacabana e de outros eventos. É claro que Feliciano foi mal intencionado, uma jogada suja para levar seus seguidores e a população em geral ao erro da interpretação. Aproveitou ele do cenário atual em que tudo que “caiu na net é verdade absoluta”, na qual as pessoas compartilham de tudo sem a mínima preocupação com a credibilidade da fonte.”

Exigências
Para finalizar a APOGLBT-SP exige: “A liberdade de expressão de livre manifestação está prevista na mesma Constituição Federal, que deveria nos proteger de tais agressões. Não agimos contra a Lei e o Ordenamento Jurídico vigente em nosso país. Mas tudo que foi feito, além da intenção de prejudicar a maior Parada LGBT do mundo, tem ainda em seu texto o boicote aos patrocínios que tivemos, para tentar inviabilizar a realização das nossas próximas manifestações.

Exigimos do Poder Judiciário Federal que estes parlamentares sejam investigados por incitação ao ódio e desrespeito explícito ao Estado Laico. A Parada do Orgulho LGBT não busca em suas manifestações ofender a nenhum segmento da sociedade. É evidente a manipulação das imagens e informações com o objetivo de tirar o foco da luta pelos direitos da população LGBT. “Eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim. Respeitem-me!’. O tema da Parada do Orgulho de 2015 não será esvaziado com ameaças e discursos de ódio, muito menos com atos de parlamentares radicais que não toleram as diferenças e repudiam aqueles que não seguem sua cartilha de bons costumes, seja em uma encenação pública ou em uma propaganda de televisão.”


Serviço
Evento: Ato pela criminalização da LGBTfobia já!
Dia: 28/06/2015
Local: Largo do Arouche - Centro de São Paulo - Próximo da Praça da República.
Horário: Concentração às 17h

Imagens: Associação da Parada do Orgulho LGBT (APOGLBT-SP) / Marcelo Gil

A Redação
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