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Na matéria emblemática, nas páginas daquela que é considerada a Bíblia da moda, a jovem de 23 anos falou, de forma intimista, sobre as dificuldades de sua transição, infância, adolescência, vida profissional e, claro, da sua cirurgia de redesignação sexual.
Nascida Andrej Pejic, na Bósnia em 1991, antes da guerra, ela e sua família fugiram para um campo de refugiados em Belgrado e acabaram por se instalar na Austrália, onde Pejic foi intimidada por seus colegas por ser diferente.
"Eu queria parar a puberdade em sua fase inicial", diz Pejic e conta: "Eu estava preocupada com meus pés e mãos serem muito grandes e meu queixo de ser muito forte."
Sobre a sexualidade Pejic disse: "Eu pensei em ser gay, mas eu não me encaixava... eu pensei, bem, talvez isso (a fantasia de viver a vida como uma garota) seja apenas algo que você gostaria de imaginar, às vezes. Tente ser um menino e tentar ser normal". Mas não era bem assim...
Andreja foi descoberta em um McDonald em Melbourne aos 16 anos. Três anos depois já desfilava pelas passarelas de Paris para Jean Paul Gaultier, Jeremy Scott, e Marc Jacobs. Ela também apareceu em várias revistas de moda, incluindo "GQ Australia" , "Elle Serbia" e "iD".
Quando pensou em fazer a cirurgia muita gente tentou desestimulá-la, alegando que ela passaria a ser apenas mais uma mulher bonita em meio a tantas. Um agente chegou a lhe dizer: "É melhor ser andrógino que uma travesti." Ela ignorou essas pessoas, pois acreditava firmemente que não havia mais uma cínica conspiração na carreira de modelo e concluiu: "Trata-se de mostrar que isso não é apenas um chamariz". Hoje ela diz estar feliz com o futuro das mulheres transexuais na indústria: "Nós estamos finalmente descobrindo que gênero e sexualidade são assuntos mais complicados do que imaginávamos”.
Ainda esse ano Pejic irá aparecer em uma campanha para a "Make Up For Ever", o que fará dela uma das primeiras modelos transexuais a estar em uma grande campanha de beleza.
Foto: Mikael Jansson / Vogue
A Redação