A cantora Leny Andrade dispensaria apresentações se fossemos um país com memória, mas para aqueles desavisados vale dizer que Leny é anualmente contratada para uma semana no “Blue Note” de Nova York.
A cada noite de estreia, lá estão Tony Bennett (que desenhou – as duas vezes enquanto ela cantava), Liza Minelli (que escreveu um texto sobre ela na capa de um dos seus CDs), Wynton Marsalis, George Shearing (que a leva para sua casa para um chá e alguma canja) e outros.
A casa é um templo do jazz, mas embora seja provavelmente no gênero a maior intérprete brasileira, nos Estados Unidos, Leny só canta em português.
No Brasil, ela até grava e canta em inglês, mas no exterior só no nosso idioma.
E é assim na América do Sul, na Espanha, na Suíça, na Alemanha, no Japão, na Inglaterra, na Rússia e mais recentemente na Lituânia. Essa fidelidade a nossa música indica imediatamente a necessidade de cantar um Antônio brasileiro. Um Brasileiro de Almeida e Jobim.
Esse show é um sonho antigo, foi apenas um telefonema e esqueceram-se as agendas, os projetos, a incerteza e a certeza de que o Brasil não conhece o Brasil:
“Leny, é o Miele. Queria convidar você para fazer comigo “Um Brasileiro Chamado Jobim”.
“Miele, desliga que eu to indo pra aí”.
Simples assim.
E logo nesse primeiro encontro, descobriram 54 músicas “que não podiam ficar de fora” o jeito é ir mudando um pouco o repertório no decorrer da temporada.
Os clássicos não podem faltar, é claro, mas foram agrupados em blocos: “Só Danço Samba”, “Triste”, “Desafinado”, “Nota Só”, “Água de Beber”, “Garota de Ipanema”, “Águas de Março” e “Dindi”, é claro.
E para não repetir todas as merecidas homenagens ao Tom, estão no repertório músicas como: “Ana Luiza”, “Estrada Branca”, “Esquecendo Você”, “Olha pro Céu”, “Por Causa de Você”, “Outra vez”, “Eu te Amo”, “Piano na Mangueira” e “Fotografia”.
O diferencial é claro, está nas interpretações de Leny e nas histórias que Miele recolheu, contando dos encontros com Vinícius, Dolores Duran, Billy Blanco, Caymmi, Newton Mendonça, Paulo César Pinheiro, Chico Buarque, fazendo desses encontros um enredo. E também lembrando o talento poético do Tom em textos como “Urubu” e “Matita Perê”.
O show traz ainda lembranças muito divertidas de encontros com o maestro, que tinha sacadas de humor muito sofisticadas, e elas estão sempre no espetáculo.
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Serviço
Local: Teatro Rival Petrobras
Dias 20 e 21/02 – Sexta-feira e Sábado, às 19h30
Rua Álvaro Alvim, 33/37 – Cinelândia – Tel: 2240-4469
Preço
Setor A / Mezanino: R$ 80 (Inteira) / R$ 40 (Meia entrada para estudantes, idosos, professores da rede municipal)
Setor B: R$ 70 (Inteira) / R$ 55 (Promoção para os 100 primeiros pagantes) / R$ 35 (Meia entrada para estudantes, idosos, professores da rede municipal)
Classificação: 16 anos
Capacidade: 458 lugares
Fotos: Vera Donato / Divulgação
A Redação