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Mundo LGBT: Igreja cancela serviço funeral após descobrir que o falecido era gay



Lidar com a morte de um filho já é uma situação suficiente dolorosa, mas Julie Atwood, além de enfrentar essa dor, teve que ver o serviço funeral de seu filho cancelado, um dia antes do enterro, pelo simples fato dele ser gay.

A família de Julion Evans, 42 anos, de Tampa, na Flórida, está desolada com a decisão da Igreja Batista Missionária local, a Nova Esperança, de cancelar abruptamente seu funeral após saber que ele era gay.

Abalada Julie Atwood falou com uma afiliada local da NBC: "Foi devastador", disse ela. "Eu me sentia como se estivesse sendo negado a dignidade da morte." Segundo ela, a igreja decidiu que seria uma "blasfêmia" fazer o funeral de seu filho.

Perguntado ao pastor TW Jenkins o motivo do cancelamento, ele disse que tomou a decisão após reclamações de alguns fiéis, isso lhe fez sentir-se “obrigado” a cancelar o serviço programado. E explicou-se: “Com base em nossa pregação da escritura, teria sido um erro permitir o serviço em nossa igreja. Eu não estou tentando condenar o estilo de vida de ninguém, mas, ao mesmo tempo, eu sou um homem de Deus, e tenho que seguir os meus princípios.”

Evans com o viúvo Kendall Caper 
O viúvo Kendall Caper casou-se com Evans no ano passado em Maryland e estavam há 17 anos juntos. A morte de Evans se deu após quatro anos de luta contra a amiloidose, uma doença rara, incurável e dolorosa que destrói lentamente os órgãos, sistema nervoso e aparelho digestivo. Caper contou que ficou chocado com o cancelamento porque nunca mantiveram a relação em segredo: "Todo mundo que nos conhecia sabia sobre a nossa relação", disse ele. "Nós não guardávamos segredos."

A Sra. Atwood disse que foi batizada na igreja Nova Esperança e que a igreja havia concordado em fazer o serviço funeral, mas quando o obituário, publicado no jornal local, listou Caper como viúvo, o pastor da Nova Esperança disse que o serviço precisaria ser cancelado.

Caper disse que teria entendido se a igreja tivesse explicado a sua posição desde o início. Mas dar a família apenas 24 horas para encontrar uma localização alternativa era "desrespeitoso" e "errado." A família acabou assegurando o serviço na casa funerária onde se realizou o velório, mas com os arranjos de última hora, alguns familiares e amigos não conseguiram comparecer ao serviço remarcado.

Fonte: Slate.com

A Redação

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