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Mudança de Hábito: Sobre maternidade e paternidade


Ser pai, ser mãe, solteiro ou casado com alguém do mesmo sexo, o que importa é amar sua família!

Acredito que muitos aspectos da modernidade têm sido involuções na vida humana... Hoje em dia, amigo é qualquer um que lhe adicione ao Facebook. Saudade não é mais o que era nos tempos passados, nem relação afetiva, nem respeito ou consideração verdadeira.

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Contudo, saudosismo sem proposta de evolução me parece bobagem. É bem verdade também que a hipocrisia, muitas vezes, tem cedido à consciência, que novos pensamentos e oportunidades, antes inimagináveis, também.

Assim tem sido com a abertura humanizada de algumas pessoas que reconsideram a bobagem engessada daquilo que outrora era ditado como certo e errado.

Hoje, já podemos falar e viver mais livremente. Tipos de famílias constituídas de maneira alternativa às tradições (que eram e são muitas vezes hipócritas e esvaziadas de sentido afetivo verdadeiro) aparecem cada vez mais.

"Nasci com sorte, tenho duas mamães!"
Família, segundo minha concepção, é todo e qualquer núcleo constituído por seres que se amam, se defendem e se protegem das agruras do mundo externo. Bichos que somos, família é quem mora na mesma toca (ou em outra...) mas que sabe como lamber a ferida do outro e como fazer uma canja na hora da gripe. Mais abraça do que briga, mais aceita do que critica...

Antes e invariavelmente, formada por papai, mamãe e filhinhos, talvez com um bicho de estimação e gerânios na janela, agora, espero eu, cada vez mais, formada apenas pelos motivos que deveriam ter sido os únicos desde sempre – afeto e solidariedade.

O modelo vigente tem demonstrado ser romântico, arcaico e geralmente falso... Família de verdade pode ser constituída das mais variadas formas possíveis: uma mãe e nenhum pai, dois avós e um tio, duas mães, dois pais, uma mãe e um pai... Quem deveria se importar com isso? Família deveria ser definida acima de qualquer coisa, como um núcleo íntimo de amor e proteção.

"Eu só tenho um papai, mas tudo bem! Ele cuida de mim com todo o amor que eu preciso!"
Maternidade e paternidade, penso eu, deveriam ser também revistos, à luz da consciência e afeto, e não da tradição heterossexual normativa.

Elejo aqui a maternidade como uma referência para essa reflexão – penso que do mesmo modo que condição de gênero não passa pelo que se tem biologicamente no meio das pernas, a maternidade também não – maternar é um termo que deve necessariamente ser compreendido sob um ponto de vista mais humano e abrangente – apenas assim nossas consciências poderão ser ampliadas e nenhum amor será derramado no vazio inutilmente. Deve ser um termo ressignificado exaustivamente, até que seu sentido retorne ao lugar de onde nunca deveria ter saído – maternar é amparar, amar, educar... É estar pelo outro que necessita de continência, apenas porque é mais frágil, porque veio ao mundo depois de nós ou em condições mais frágeis... Quanto mais pudermos oferecer ferramentas éticas, valores compatíveis com a gratidão de viver no amparo, generosidade e alteridade, mais teremos maternado algum ser vivente...

"Minha mãe é a maior! Somos só eu e ela, mas nos amamos muito!"
Tenho sido mãe e filha muitas vezes... Mãe de minhas filhas, de meus pais, amigos, clientes da psicoterapia, plantas e animais... Filha de meus animais, plantas, amigos, e pais...  Coisa boba e pobre fechar um conceito tão lindo e amplo numa condição de espécie ou gênero!

Nesse mundo, veloz e cheio de novos paradigmas, ando estranhando quem não entende a simples e afetiva equação: Pessoas juntas, que se amam e querem o bem, dão certo!!!!!!!!

"Nasci loiro e tenho um pai branco e outro negro. A gente se ama pra caramba!"
Maternar provavelmente seja a condição mais humanizada de nossa existência; por dois pais, duas mães, três avós ou qualquer outra configuração... Amor e cuidado jamais tem contra indicação!

Sejamos mães de alguém, apenas assim acredito que saberemos a real essência do amor...

Sou pelas novas e amorosas configurações possíveis... Tem tanta criatura abandonada nessa vida... Desejo que quem puder, materne sempre... Seria absurdo pensar, a essa altura de nossa história, que algum tipo de afeto verdadeiro causasse danos a alguém... Estragos estão ligados a abandono, solidão e desamor... Jamais à constituição familiar amorosa; que sejamos na medida das nossas possibilidades cuidadores e vigilantes da vida...

Abraços carinhosos!

Por: Ana Kiyan

Ana Kiyan é pedagoga, psicóloga, Gestalt-terapeuta, Mestre em Psicologia Clínica e Doutora em Psicologia Social pela PUC/SP. Docente na Pós-Graduação da USJT/SP e UNESP e Supervisora do Projeto de extensão Artinclusiva da UNESP. Autora de livros em psicologia, Gestart-terapia e novas condições de gênero e sexualidade.



DICA EM NEON: VOCÊ CONCORDA COM ESSE ARTIGO?
Aproveitamos o texto de nossa colunista Ana Kiyan sobre FAMÍLIA, para pedir seu voto na enquete da Câmara dos Deputados que pergunta: Você concorda com a definição de família como núcleo formado a partir da união entre homem e mulher, prevista no projeto que cria o Estatuto da Família?

O PL 6583 estabelece que família é a união entre um homem e uma mulher, excluindo diversas famílias (pais/mães solteiros, casais homoafetivos, etc).

Digam "NÃO" a esse projeto de lei discriminatório!!!

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